Em
quais corações Jesus efetivamente nasceu?!
Quem
deu ouvidos a Sua pregação e cumpriu os Seus mandamentos?!
Quais
são os Seus mandamentos e princípios que, se praticados, resumem todo o
infinito Reino de Deus?!
Aqueles
que vierem a permitir o nascimento de Cristo em seus corações e mentes devem,
então, não ter mais uma vida voltada pra si mesmos; a vida já não lhes pertence
mais; manifestou-se o novo nascimento, a nova criatura. O poder de Cristo
manifestado pela prática do Evangelho é a essência da nova vida.
Se
Jesus nasceu em uma suja estrebaria - que representa o próprio coração humano - agora esse
novo homem deve não somente nascer, mas viver como Ele viveu.
Cumprir
Suas ordenanças em essência – e não na aparência!
A
questão é: o que significa viver Sua vida e cumprir Seus mandamentos?!
A
vida de Jesus foi inteiramente dedicada à servidão! Ainda que Ele fosse o
Senhor, em nenhum momento hesitou em se lançar totalmente ao bom serviço de
seus pequeninos. Uma
vida vivida no mais absoluto amor; amor que ocasionou a justiça; justiça que se manifestou pela graça.
Amor
que se abdicou de toda e qualquer raiz de egoísmo evidenciada nos rituais
religiosos; nas caprichosas vaidades desta vida; na ganância e soberba
encontradas nos corações dos poderosos; no medo e insegurança presentes na
existência dos assolados.
A
Sua imagem não Lhe importava; muito menos sua promoção.
Suas
palavras eram somente o eco de suas ações, do exercício contínuo e interminável
de Seus ensinamentos na e para a vida.
Os
religiosos O rejeitaram; os intelectuais não O puderam compreender, ou quando o
entenderam se acovardaram; os ricos e poderosos fugiram de Suas exigências
que confrontavam o conforto proporcionado por suas posses; muitos
desacreditados e incapazes, marginalizados, logo Lhe deram crédito, pois as
dores da vida já os havia experimentado de modo suficiente a fazer com que identificassem quem
realmente detinha a cura para suas desilusões e desesperanças.
Assim,
onde estão aqueles que já não vivem mais para si mesmos, mas em quem Cristo
vive?!
Conheça
a árvore pelos seus frutos! Frutos são as obras – boas ou más!
Como
pode alguém falar coisas boas se o seu coração está repleto de maldade e de
corrupção? De fato, não há como!
As
obras evidenciam a fé; apontam o que há no mais secreto do coração humano. Em
verdade, as obras são o único meio pelo qual a fé é testificada e manifestada.
Mostra-me
a tua fé sem obras que eu te mostrarei as minhas obras – e consequentemente
perceberás a minha fé!
Em
todo o Novo Testamento, nosso Mestre só demonstrou uma única maneira de
servi-lO: fazendo o que Ele fez, servindo aos pequeninos, suprindo suas
necessidades, apresentando, em exercício prático, o Seu Amor.
Porque
é nas humildes e desprezadas estrebarias que o Messias irá nascer: nas ruas e
esquinas; em meio ao desespero e à necessidade; no ser mais amargurado e sujo;
nas vítimas da indiferença social; nos escravos da desolação emocional e
psicológica; nos esquecidos e menosprezados. São essas as manjedouras propícias
ao nascimento do Salvador.
Os
grandes jamais O poderiam aceitar...
Quem
está a viver do modo como Ele viveu?! Quem está a servir-LO por intermédio do
serviço ao próximo?! Quem se desprendeu dos pegajosos laços da religião e se
dirigiu às viúvas e órfãos a fim de auxiliá-los?! Quem se absteve dos rituais
inúteis e se dedicou ao consolo dos aflitos de espírito?! Quem O amou somente
com palavras, não percebendo o necessitado que cruzou seu caminho?!
A
“igreja” que invoca o Seu nome e que reivindica ser o berço de Seu nascimento e
de Seu natal é a entidade mais distante na atividade de manifestar a Sua vida.
Sim,
eu conheço essa igreja e a discirno: suas obras são más, estúpidas e inúteis.
Conheço essa árvore de raiz apodrecida denominada de Cristianismo porque seus frutos
não prestam para nada! Não passam de lenha prestes a ser lançada ao fogo!
Ela
está tão apontada pra si mesma; tão preocupada em servir a um deus que existe
exclusivamente para realizar seus desejos e caprichos. Mal sabe ela que seu ego
é o seu deus. Pensa que é rica, cheia da autoridade, poder e unção, que é
geração profética... mal sabe que na verdade é pobre, cega e nua.
Quem dera que
percebesse a sua nudez e se vestisse efetivamente das boas obras ao invés dos
rituais e frases de efeito vazio; que experimentasse o colírio da sinceridade
para que viesse a enxergar com os olhos de Cristo.
O
mundo - afogado no gélido modelo de existência sem propósito e vazio de sentido
– jamais compreenderá a profundeza do natal se os “invocadores do nome de
Jesus” continuarem a se abster de manifestar a Luz pelo meio eficaz de
propagá-la: pelas boas obras.
Ah,
se a "Laodicéia" atual entendesse isso... se ela saísse dos holofotes e se
subjugasse à eterna e verdadeira humildade. Ah se ela vivesse o Natal... se Jesus
de fato nascesse em suas vidas!
Portanto,
oh Igreja que ainda é discípula do Amor, perceba o Natal; entenda o Natal;
viva o Natal cotidianamente! Pois somente essa é a Luz que pode resplandecer em
meio às trevas desta existência humana despropositada.
Dezembro de 2014.